
Quando a gente acha que já sabe de tudo dessa vida, que não
tem mais nada de novo, aí se aprende que ficar distante às vezes também é um
ato de amor.
Um dia acordamos assim, nos privando de contato, nessa tela
grande que virou a vida, nesse momento que parece uma série de tanto que demora
pra acabar. A gente chega a duvidar. A Netflix vai até invejar.
O mundo ficou mais triste.
Os sorrisos ficaram encobertos e o olhar passou a dizer
quase tudo.
Os ouvidos estão cansados e a mente muito confusa, nesse
tsunami de informações.
E no prato a gente não sabe, o que vai ter amanhã. Subiram
de nível o arroz e o feijão. Fazem parte da nobreza e não querem se misturar
mais não.
O trabalho de todo dia, que nos garantia o pão, se prostrou
em cima do muro, sem saber pra que lado ir nessa desestabilização.
Se quase tudo era “made in China” e agora? Que confusão!
Ninguém vê a última fabricação.Só se sabe que existe e que recebeu uma
coroação. Infestou o mundo inteiro e não é preciso pagar não.
Um inimigo invisível faz qualquer um perder a razão. Sem termos o peito de aço, capa voadora e a força de um leão, nos recolhemos em nossas casas, clamando por salvação.
O virtual substituiu o real, nesse mundo que só parece ser
sem fronteiras, mas que se constrói a cada dia muros mais alto, grades mais
firmes, fechaduras mais seguras e pessoas mais sozinhas. No peito, o coração
desbota, esfria. De repente nos lembramos de olhar para o alto e toda a
preocupação e alvoroço, se transformam em calmaria.
E eu tô com uma saudade danada de você, Maria. Desse seu
jeito de achar que sempre tem razão e das suas crises de sinusite, que doía até
em mim, de tanto que você reclamava e fungava. Tomara que tudo termine logo e
eu possa te abraçar de novo, me ver em seus olhos, ficar bem juntinho de você.
E sabe esse meu coração imperfeito, mas só teu? Ele também
te manda lembranças.
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