sexta-feira, 3 de abril de 2020

Ano 1 - 2020... Que saudade de você!


Quando a gente acha que já sabe de tudo dessa vida, que não tem mais nada de novo, aí se aprende que ficar distante às vezes também é um ato de amor.

Um dia acordamos assim, nos privando de contato, nessa tela grande que virou a vida, nesse momento que parece uma série de tanto que demora pra acabar. A gente chega a duvidar. A Netflix vai até invejar.

O mundo ficou mais triste.

Os sorrisos ficaram encobertos e o olhar passou a dizer quase tudo.

Os ouvidos estão cansados e a mente muito confusa, nesse tsunami de informações.

E no prato a gente não sabe, o que vai ter amanhã. Subiram de nível o arroz e o feijão. Fazem parte da nobreza e não querem se misturar mais não.

O trabalho de todo dia, que nos garantia o pão, se prostrou em cima do muro, sem saber pra que lado ir nessa desestabilização.

Se quase tudo era “made in China” e agora? Que confusão! Ninguém vê a última fabricação.Só se sabe que existe e que recebeu uma coroação. Infestou o mundo inteiro e não é preciso pagar não.

Um inimigo invisível faz qualquer um perder a razão. Sem termos o peito de aço, capa voadora e a força de um leão, nos recolhemos em nossas casas, clamando por salvação. 

O virtual substituiu o real, nesse mundo que só parece ser sem fronteiras, mas que se constrói a cada dia muros mais alto, grades mais firmes, fechaduras mais seguras e pessoas mais sozinhas. No peito, o coração desbota, esfria. De repente nos lembramos de olhar para o alto e toda a preocupação e alvoroço, se transformam em calmaria.

E eu tô com uma saudade danada de você, Maria. Desse seu jeito de achar que sempre tem razão e das suas crises de sinusite, que doía até em mim, de tanto que você reclamava e fungava. Tomara que tudo termine logo e eu possa te abraçar de novo, me ver em seus olhos, ficar bem juntinho de você.

E sabe esse meu coração imperfeito, mas só teu? Ele também te manda lembranças.

 


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