Eram quase seis da manhã quando ela travava uma luta com sua
própria cama para tentar escapar das armadilhas do algodão no edredom macio. Acabou
por vencer a batalha mais um dia e levantou-se decidida a tomar um banho quente
e tirar todos os vestígios da luta pelo corpo. Depois se vestiu, tomou um bom
café da manhã e saiu de casa.
Ele caminhava apressado em direção ao trabalho. Difícil chegar no horário com essa chuva insistente. Usar o carro seria a pior das opções em um dia de congestionamento como aquele. Sentia que seria preciso que o dia tivesse bem mais de vinte e quatro horas para dar conta de todo o serviço acumulado.
Ela andava rapidamente em direção à academia. Uma agenda
cheia a esperava assim que o treino terminasse. Talvez hoje, nem tivesse tempo
de parar para o almoço.
Uma esquina os aguardava, silenciosa e ansiosa, pelo momento
de colisão. Era especialista em unir pessoas e destinos, abrindo espaços no
tempo para um olhar.
Ah, essas curvas da vida dá... Atando e desfazendo laços,
apontando novos caminhos, congelando os momentos pra nos fazer lembrar. O que
for realmente nosso sempre virá ao nosso encontro ou reencontro.
Ah, essas pontes que a vida constrói... Unindo pessoas para
algo muito maior que ninguém consegue imaginar. Um despertar. Nem tudo é sobre
a gente.
Um coração quando encontra outro, que bate no mesmo compasso,
sonha junto e a cada batida, faz do sonho uma engrenagem, uma realidade.
São coisas do coração.
São coisas da vida.
(Cris M C Ramos)
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